Uma reflexão sobre o fazer pedagógico

Pink Floyd by Another Brick In The Wall (Part 2) on Grooveshark

Quando se aceita a tarefa de ensinar, é necessário ter em mente que a missão não será cumprida apenas com a transmissão mecânica de conceitos. É preciso ensinar a pensar. É preciso mostrar como é ser gente, ser cidadão. É necessário colocar uma pulguinha atrás da orelha e deixar claro que é preciso coçar. Coçar, coçar, coçar... Até a pulguinha se aquietar. E aí, colocar mais outra, e outra, e outra, pra que o aluno não deixe de coçar. Não deixe de buscar, não deixe de tentar, não desista de aprender. Educar é abrir a porta e dizer "ó, o mundo tá ali e pode ser seu, mas você precisa aprender como tomar posse dele". Educar é provocar: tirar da zona de conforto e jogar o pensamento além do imaginável. 

Imagem: Reprodução/Filme "Pink Floyd The Wall"
Formar gente que não engole, não abaixa a cabeça. Formar gente que não tem preguiça de pensar, que não vai crescer pra ser mais um tijolo no muro. Formar gente. Formar PESSOAS. Formar cidadãos. Formar críticos, contestadores, mentes inquietas e doidinhas pra descobrir as coisas e as verdades das coisas. É fácil demais manipular gente alienada. Uma sociedade burra não rompe amarras, não corre atrás do que é seu, não exige o que tem direito. O papel do professor é o mais bonito, o mais poético (por que não?) e o mais importante, dentre todas as profissões. É até clichê mas, o que seria dos médicos, advogados, físicos, cientistas e quaisquer outros profissionais que se possa imaginar se, lá atrás, não tivesse um professor que motivasse, plantasse a sementinha da curiosidade, instigasse a buscar, conhecer, desbravar esse mundão todo? Fui (e sou) aluna do sistema público de ensino, tive sorte de ter tido professores excelentes (passei por alguns "mais fracos" como era de se esperar na rede pública, mas não posso deixar de reconhecer aqueles que fizeram um trabalho bem feito) e tanto em casa quanto na escola, aprendi como deve ser um bom professor. Aquele que te põe pra pensar, que faz refletir e analisar todos os aspectos sociais possíveis em cada momentinho em que a mente resolve dar um descanso. Aquele que te dá uma noção de mundo que te empurra pros leões da vida real. 
Como sempre me dizia uma certa professora no primeiro período da minha graduação, "só o conhecimento da poder". Só o conhecer pode defender, salvar, armar, acabar uma guerra e impulsionar uma revolução. Só o conhecimento é capaz de mudar o mundo e, mais importante que isso, a visão das pessoas sobre o mundo. E é no meio disso que eu percebo que, mesmo tendo caído de paraquedas, caí no lugar certo, que a licenciatura em Ciências Biológicas é o que realmente me espera lá na frente. Espero não somente ser uma boa professora no futuro, mas conseguir extrair aquilo que de melhor eu notar naqueles que foram - e que ainda serão - os meus mestres. E que num futuro próximo eu seja uma semeadora: uma formadora de mentes brilhantes. Que pensam, que debatem, que argumentam, que leem, que analisam, que buscam e que contestam.

Um beijo,
Carol Meireles

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