diálogo.

- Dois meses amanhã, né?
- É, dois meses...
- Nossos primeiros dois meses, dos próximos 50 anos juntos
- 50? Só?
- Tá, 60.
- Não...
- 70?
- Não...
- Então, da nossa eternidade. Eternidade tá bom pra você?
- Sim, a nossa eternidade.

Prólogo.


A lembrança dói. Meu cérebro tenta descobrir onde fica exatamente a dor, mas logo desiste, porque tudo dói. 
Estou cansada de viver como se já fosse uma pessoa madura. Gostaria de voltar a ser criança - uma garotinha de seis anos que caiu da bicicleta. Gostaria de fazer cara de choro e correr aos berros para a cozinha, onde minha mãe beijaria meu joelho esfolado. Eu pararia de chorar e tomaria leite com chocolate para a dor passar.
Essa é uma das coisas que as pessoas não nos ensinam quando falam de crescer: como lidar com as dores que não passam com um beijo.


Trecho de Soul Love - A noite o céu é perfeito! (Lynda Whaterhouse)

my shine yellow



It doesn't matter what comes over
When you hold me tight
And even when you're far away
I keep following the light of our love
So don't you worry about it

(Mallu Magalhães)

Hoje


Hoje eu acordei e abri a janela. Hoje eu acordei. Hoje eu senti uma necessidade indescritível de sentir a luz e o calor do sol tomarem conta de cada poro do meu ser. Eu sorri. Eu fechei os olhos com força e acreditei, somente. Somente, acreditei. E de novo, sorri. Hoje eu acordei e abri a janela. E sorri. Hoje eu senti vontade de gritar. E gritei. Hoje eu tive vontade de sorrir. E sorri. Hoje eu quis esquecer tudo. E esqueci de tudo - ou quase tudo. Não esqueci você. Me dei conta de que eu não posso te esquecer. Percebi que você está agarrado à cada átomo de mim. E, então, sorri.

...

Eu quero superar. Eu quero poder dizer a todos que superei. Eu quero superar isso que está dentro de mim, me corroendo a cada dia mais. Quero poder me ver livre de dores bobas. Livre de medos de criança. Livre. Só quero estar livre. Quero parar de me sentir presa, é só isso. Eu estou presa a mim mesma, e enjoei. Estar presa a meus medos e as minhas dores é um tanto ruim. É quase que insuportável. E eu não sei até quando vou aguentar.
Tudo que eu quero, é dizer que superei. E estar bem o suficiente pra isso.

A menor mulher do mundo.

E considerou a cruel necessidade de amar.
Considerou a malignidade de nosso desejo de ser feliz.
Considerou a ferocidade com que queremos brincar.
E o número de vezes em que mataremos por amor.

(Clarice Lispector - trecho de A Menor Mulher do Mundo, in Laços de Família)

Eu já...

... tive vida social Q
... fiz chantagem emocional
... chorei sem motivo
... fingi estar doente
... me esforcei e tirei 10 numa matéria que eu tenho muita dificuldade
... comecei inúmeras coisas e não terminei
... deixei de cumprir obrigações pra dar um ombro amigo à alguem que precisou de mim
... subestimei os sentimentos de algumas pessoas
... confiei demais em quem não merecia minha confiança
... me decepcionei bastante
... conheci os melhores amigos do mundo
... ri quando não podia
... toquei campainha e corri
... me enganei, mas também acertei
... exibi um sorriso enooooorme só pra não ter que dar satisfações quanto à minha tristeza (lembrete mental: as pessoas nunca questionam felicidade sem motivo aparente)
... li um livro inteiro em um dia e adiei compromissos inadiáveis
... troquei amizades de anos por amizades de dias e me arrependi por isso (ou não)
... desejei sumir pra nunca mais
... saí por aí sem rumo
... quis ser veterinária, psicóloga e advogada, mas acabei decidindo por jornalista
... mudei de idéia várias vezes
... fiz escândalo no consultório do oftalmo (e do dentista)
... chorei sem motivo e sem hora pra parar
... senti medo sem ter porquê
... comecei a escrever um livro (e não terminei)
... criei roteiros mentais sobre como determinada coisa terminaria se em determinado momento eu optasse pela segunda opção ao invés da primeira
... corri atrás de sonhos impossíveis
... achei que era uma "jóia rara" quando na verdade era "bijuteria"
... levei bronca por não gostar de sair 
... bloqueei gente no msn por escrever errado
... descobri que quem eu achava 'metido' era legal e quem eu achava 'legal' não valia nada
... tentei deixar de ser possessiva, assim como eu tentei gostar de café (e não consegui rs)
... achei a pessoa que me completa corretamente em todos os aspectos possíveis e imagináveis...


Essa meme quem me passou foi a fofa da Niize, do Ashtray Heart e eu jogo a batata quente(?) pra Carou do Chinchila in Wonderland, pra Ariane do Equalizando Sentimentos e pra Jhenifer Pollet do Princesa Moderna, blogueiras super lindas e que escrevem suuuuuuuuuuper bem :)

Beijos,