Juliete, nunca mais

Imagine a história de um rapaz gaúcho que trabalha num café em Porto Alegre para pagar suas próprias contas enquanto sua carreira de escritor não decola. Imagine que esse café se chama Sta Gemma e que cada mesa tem o nome de um escritor consagrado - cuidadosamente escolhidos pelo moço acima citado. Moço este que tem um excelente gosto literário e musical, que acredita que garotas não sejam exatamente confiáveis, que não tem berço, dinheiro, uma formação admirável ou uma conduta diferente de tantos outros rapazes da sua idade que contabilizam casos de amor com duração de uma noite. A história de Santiago Ventura, nosso herói, muda quando Juliete uma estudante de psicologia de classe alta, típica burguesinha, amarrada num relacionamento que não deseja por pura convenção social e dona de uma personalidade no mínimo peculiar adentra o Sta Gemma as dez e tantas (quase onze) da noite, com o rosto lavado de lágrimas, com aquela ladainha de que tudo é decorrência do machismo e, sabe-se lá porque, "papeando sobre sua infância e filmes favoritos com rapazes pobres e estranhos e metidos a escritor", ou mais precisamente, com um rapaz pobre e estranho e metido a escritor: o próprio Santiago (ou Santi, se você se chamar Juliete).
Reprodução. Juliete Nunca Mais

Este é o pontapé inicial de "Juliete Nunca Mais", blog-novela de Gabito Nunes, escritor gaúcho como seu personagem, autor de quatro livros de contos e crônicas (entre eles "A manha seguinte sempre chega" e "Não sou mulher de rosas") e de um romance recém lançado ("Ao Norte de mim mesmo")* que, seguindo os moldes dos contemporâneos do Romantismo decidiu publicar a história de Santiago e Juliete no formato de folhetins periódicos, matando de ansiedade o leitor mais assíduo. O enredo tem tudo para ser um "clichêzão", mais do mesmo que a gente tanto vê por aí (romance proibido entre pessoas de classes distintas e tal) surpreende pela originalidade de tantos outros elementos e, acima de tudo, pela franqueza dos personagens (principalmente de Santi, que narra em primeira pessoa). Por vezes, torci pelo romantismo as avessas do anti-herói e sofri junto com ele, na sua tentativa de resgatar o cafajeste incurável que existia antes da chegada da "Baby Julie".
O projeto que começou se forma despretensiosa (era só um conto que os leitores pediram continuação, segundo o autor) já está em sua segunda temporada e, cá pra nós, está ficando cada vez mais envolvente a cada capítulo lançado. Como se já não estivesse muito bom, lá no site também foi disponibilizada a trilha sonora que embalou a criação do folhetim, sendo dividida por temporadas e atualizada esporadicamente pelo próprio Gabito.
Todos os capítulos são disponibilizados online (gratuitamente!) no site (clique aqui :P). Pra conferir outros textos e novidades do autor, você pode acompanhar no site oficial dele, clicando aqui.

Um beijo,
Carol Meireles.

*com informações do site www.gabitonunes.com.br

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